Ativista Brasileiro Pode Ser Deportado de Israel Até Quinta-Feira
O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, enfrenta a possibilidade de deportação de Israel até esta quinta-feira, dia 12 de outubro, conforme decisão de um tribunal israelense divulgada nesta quarta-feira (11). A audiência envolveu ativistas da Flotilha da Liberdade, que foram detidos em águas internacionais enquanto tentavam levar assistência humanitária à Faixa de Gaza.
Greve de Fome como Protesto
Em um ato de protesto contra sua detenção, que considera um sequestro, Thiago iniciou uma greve de fome na noite de terça-feira (10) até que sua libertação seja garantida. A decisão de deportá-lo foi confirmada pela família, que está em contato com a defesa do ativista por meio da organização Adalah, que se dedica à defesa dos direitos humanos em Israel. Até o momento, as autoridades israelenses não permitiram que a família tivesse um contato pessoal com Thiago.
Lara Souza, esposa de Thiago, relatou à Agência Brasil que a corte decidiu pela deportação apesar de os advogados argumentarem que os ativistas deveriam ser liberados imediatamente, já que não cometera crimes. Ela expressou sua apreensão sobre o futuro do marido, ressaltando que uma nova audiência está prevista para 8 de julho, caso ainda não tenham sido deportados.
Detenção e Consequências
Os oito ativistas ainda detidos foram informados de que estão banidos de Israel pelos próximos 100 anos, segundo uma declaração da Flotilha. Em contraste com outros presos, como a ambientalista sueca Greta Thunberg, que foi deportada rapidamente ao assinar um documento reconhecendo ter cometido um crime ao tentar entrar no país, Thiago se recusa a fazer isso. Para Luciana Palhares, membro da Flotilha da Liberdade Brasil, Thiago é considerado um "prisioneiro político", visto que ele e outros ativistas foram interceptados durante uma missão humanitária.
Interceptação e Resposta do Brasil
Os ativistas foram detidos por Israel enquanto levavam alimentos e medicamentos à Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave escassez devido ao bloqueio imposto por Israel, afetando quase dois milhões de palestinos. O governo brasileiro tem acompanhado de perto a situação e emitiu uma nota de condenação à interceptação do navio Medeleine, classificada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) como um crime de guerra. A nota pede a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Israel.
No comunicado, o CNDH afirmou que "a interceptação de embarcação civil com finalidade exclusivamente humanitária, em águas internacionais, configura grave violação aos tratados internacionais ratificados pelo Estado de Israel".
Reações de Israel e Situação em Gaza
O governo israelense reagiu com escárnio, usando a expressão “Iate Selfie” para se referir ao barco dos ativistas e assegurando que a ajuda humanitária está sendo enviada a Gaza por "canais reais". Em outra comunicação, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que mais de 1.200 caminhões de ajuda humanitária haviam sido enviados a Gaza nas últimas duas semanas.
No entanto, as Nações Unidas (ONU) alertam que Israel está bloqueando a entrada de até seis mil caminhões de ajuda na fronteira com o Egito, sendo a distribuição frequentemente marcada por violência.
Philippe Lazzarini, diretor-geral da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), denunciou a situação, ressaltando que "deixar a comida apodrecer e os remédios expirarem deliberadamente seria simplesmente obsceno".
Marcha Global à Gaza
Em resposta à crise humanitária na região, ativistas de 51 países estão se mobilizando para realizar uma marcha no Egito em direção a Rafah, na fronteira com Gaza, durante um evento que promete durar três dias. O objetivo é denunciar o cerco israelense à entrada de ajuda humanitária no território.
As informações e imagens contidas neste texto foram extraídas do site da Agência Brasil.
Israel decide deportar ativista Thiago Ávila que iniciou greve de fome
Fonte: Agencia Brasil.
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