Organizações Civis Apresentam Prioridades para a COP30 em Belém
Na quinta-feira (16), diversas organizações e movimentos da sociedade civil reuniram-se em Brasília para apresentar um documento com seis eixos prioritários para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro. A iniciativa faz parte do evento “O Caminho para Belém” e visa garantir resultados significativos na luta contra a mudança climática.
Os participantes enfatizaram a urgência de limitar o aquecimento global a 1,5°C, ressaltando que a humanidade não pode perder mais tempo diante da crise climática. O documento apresenta um apelo para que a conferência fortaleça os compromissos climáticos e recupere a confiança nas negociações da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima).
Declarações de Especialistas
“Esta é a primeira COP da Amazônia, e temos a oportunidade de deter e reverter o desmatamento até 2030, além de ampliar o financiamento climático público”, afirmou Anna Cárcamo, especialista em política climática do Greenpeace Brasil. Ela destacou a necessidade de uma resposta firme à lacuna de ambição nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Propostas de Ação
O documento delineia um pacote político e de negociação que orienta os resultados da COP30, dividido em seis eixos:
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Redução das emissões com equidade: Mecanismos que assegurem cortes significativos de gases de efeito estufa pelos países na próxima década.
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Transição energética justa: Um calendário global para a transição dos combustíveis fósseis, conforme as NDCs do Brasil.
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Mecanismo global para transições justas: Coordenação de apoio técnico, financeiro e tecnológico entre países para evitar desigualdades crescentes.
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Pacote de adaptação climática: Finalização do Marco UAE-Belém para a Resiliência Climática Global, garantindo a inclusão de povos indígenas e comunidades locais nas decisões climáticas.
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Sinergias entre clima e natureza: Adoção de um plano concreto para eliminar desmatamento e degradação florestal até 2030, incluindo o conhecimento e financiamento dos povos tradicionais.
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Financiamento climático ambicioso: Construção de um Roteiro Baku-Belém para assegurar recursos novos e previsíveis dos países desenvolvidos aos em desenvolvimento.
Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, destacou que “não há resiliência possível sem previsibilidade no financiamento da adaptação climática”.
Participação de Especialistas e Representantes
O encontro contou com a presença de representantes de organizações internacionais e especialistas como Selwin Hart (ONU) e Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas. A organização foi realizada por grupos como Greenpeace, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Talanoa, LACLIMA, Observatório do Clima, entre outros.
André Castro Santos, diretor técnico da LACLIMA, mencionou o consenso e a colaboração da sociedade civil, gerando um sentimento de otimismo para a conferência. Claudio Angelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima, ressaltou que “não podemos permitir o fracasso, especialmente neste momento crítico da cooperação internacional”.

Esse texto foi elaborado com base nas informações disponíveis no site da Agência Brasil.
Sociedade civil defende urgência de limitar aquecimento global a 1,5°C
Fonte: Agencia Brasil.
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