Polícia Civil do Espírito Santo conclui investigações sobre triplo homicídio na Serra
Serra, ES – A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), através da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, finalizou as investigações relacionadas ao triplo homicídio que culminou na morte de Marcelo Henrique dos Santos Silva, Tiago Azevedo e Marcos Vinícius de Souza Rodrigues, além de outras três tentativas de homicídio, ocorridas no dia 11 de julho. O ataque aconteceu na Avenida Brasil, no bairro Novo Horizonte, em frente a uma distribuidora de bebidas.
As investigações resultaram na identificação de oito suspeitos, que agora se tornaram réus: cinco deles estão presos, enquanto três permanecem foragidos. Entre os implicados, destaca-se um advogado, acusado de atuar como mensageiro da organização criminosa, transmitindo recados e cartas ligadas ao tráfico de drogas e a homicídios.
As evidências que levaram a essas conclusões surgiram a partir da análise de dados extraídos de um celular apreendido durante as investigações. Uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (18), na Chefatura de Polícia Civil em Vitória, apresentou mais detalhes sobre o caso.
O delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da DHPP da Serra, explicou que um dos principais articuladores do crime é um homem conhecido como “2B”, que está preso desde 2017 por tráfico de drogas. Segundo o delegado, “2B” orquestrou o ataque mesmo enquanto cumpria pena, utilizando seu poder para comandar o tráfico de drogas no Morro da Garrafa, território ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A motivação para o crime foi descrita como uma disputa territorial entre traficantes. Um criminoso que havia saído do sistema prisional e buscava restabelecer seu domínio no bairro Novo Horizonte recebeu o apoio de “Serginho Cauê”, um foragido no Rio de Janeiro e membro do Comando Vermelho (CV). Juntos, eles começaram a desafiar o controle de “2B”, o que gerou o ataque como uma demonstração de força.
O plano foi executado por meio de uma estrutura organizada. “2B” passou as ordens a um líder operacional, conhecido como “Barata”, que ficou responsável pela logística do ataque, incluindo a seleção dos executores e o fornecimento das armas utilizadas.
No dia do crime, dois veículos foram utilizados: um com os executores e outro com Barata, que transportava as armas. A ação resultou em 54 disparos e deixou um saldo trágico de três mortos, além de várias vítimas inocentes que estavam nas proximidades, incluindo um casal e um motoboy.
Após o ataque, os suspeitos tentaram fugir, mas foram perseguidos por uma viatura da Polícia Militar. Durante a fuga, dispararam contra os policiais e abandonaram o veículo em uma área de mata.
O desdobramento das investigações levou à identificação de todos os executores e à prisão do intermediário do crime, que foi detido em setembro. O advogado preso também foi investigado após a análise do celular apreendido, onde foram encontradas evidências de sua atuação criminosa.
As investigações revelaram que o advogado tinha uma importante função no esquema criminoso, facilitando a comunicação entre membros da organização através de cartas, o que infringe suas obrigações profissionais.
No total, os oito réus foram indiciados por triplo homicídio qualificado, tentativas de homicídio e organização criminosa, entre outros crimes. Eles respondem agora na 3ª Vara Criminal do Júri da Serra.
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Polícia Civil do ES conclui investigação de triplo homicídio e identifica oito réus; advogado também é implicado por envolvimento.
Fonte: Polícia Civil-ES.