Petrobras e Braskem firmam contratos de fornecimento de US$ 17,8 bilhões
Na noite de quinta-feira, 18 de outubro, a Petrobras e a Braskem, a sexta maior petroquímica do mundo, anunciaram a formalização de contratos de longo prazo que totalizam US$ 17,8 bilhões, equivalente a R$ 98,5 bilhões. As informações foram divulgadas por meio de comunicados à imprensa e aos investidores.
Os acordos, que têm validade de até 11 anos, foram estabelecidos em decorrência da renovação de contratos que estavam próximos do vencimento. Todos os valores foram calculados com base em referências de mercado internacionais.
Detalhes dos Acordos
Um dos principais contratos envolve a venda de nafta petroquímica, um derivado do petróleo, destinado às unidades da Braskem localizadas em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. O acordo estipula uma quantidade mínima de retirada mensal, podendo ser ajustada mensalmente, com previsão de alcançar até 4,116 milhões de toneladas em 2026 e até 4,316 milhões de toneladas em 2030. O valor estimado deste contrato é de US$ 11,3 bilhões, com início em 1º de janeiro de 2026 e validade por cinco anos.
Outro contrato significativo refere-se ao fornecimento de etano, propano e hidrogênio à unidade da Braskem no Rio de Janeiro. Entre 2026 e 2028, o contrato manterá a quantidade atualmente acordada de 580 mil toneladas em eteno equivalente por ano. A partir de 2029, a quantidade aumentará para 725 mil toneladas anuais, para atender a uma expansão em fase de projeto da Braskem. Este contrato, que também deve ter início em 2026, está estimado em US$ 5,6 bilhões e terá validade de 11 anos.
Adicionalmente, foi firmado um acordo para a venda de propeno, proveniente das refinarias Reduc (Rio de Janeiro), Capuava (São Paulo) e Alberto Pasqualini (Rio Grande do Sul). A quantidade contratada será de até 140 mil toneladas anuais da unidade de Capuava e de 100 mil na Reduc. O valor desta negociação está projetado em aproximadamente US$ 940 milhões, com vigência de cinco anos a partir de 18 de maio de 2026.
Situação da Braskem e Novas Perspectivas
Embora a Petrobras seja fornecedora da Braskem, também detém 47% das ações com poder de voto da companhia. O controle da Braskem é exercido pela Novonor (antiga Odebrecht), que atualmente enfrenta dificuldades financeiras. Recentemente, a Novonor anunciou a busca de um fundo de investimento para assumir suas dívidas em troca de 50,111% das ações com poder de voto, tornando-se assim o novo controlador da Braskem.
A empresa em recuperação judicial tem enfrentado uma crise financeira, especialmente em um cenário de baixa do mercado petroquímico. O fundo Shine, assessorados pela IG4 Capital, especializada em reestruturação de empresas, é o novo parceiro em potencial da Braskem.
Monitoramento por parte da Petrobras
Após o comunicado sobre a negociação entre a Novonor e o fundo Shine, a Petrobras afirmou que está acompanhando a situação de perto. A estatal poderá decidir sobre o exercício de seus direitos societários, incluindo o direito de preferência para a aquisição da Braskem ou o ‘tag along’, que facilitaria a venda de sua participação a um novo controlador.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, expressou publicamente a importância do setor petroquímico, indicando que a estatal está avaliando suas próximas ações no contexto das novas negociações.
A parceria entre Petrobras e Braskem pode representar um passo significativo para a indústria petroquímica brasileira, em um momento marcado por desafios econômicos e reestruturações no setor.
Petrobras renova contratos de quase R$ 100 bi com a Braskem
Fonte: Agencia Brasil.
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