Mercosul Instaura Debate sobre Venezuela em Cúpula em Foz do Iguaçu
Na cúpula do Mercosul realizada neste sábado (20) em Foz do Iguaçu, Paraná, membros do bloco liderados pela Argentina emitiram um comunicado conjunto apelando pelo restabelecimento da democracia e pelo respeito aos direitos humanos na Venezuela. O documento foi assinado por representantes da Argentina, Paraguai e Panamá, além de autoridades de alto escalão da Bolívia, Equador e Peru. A Venezuela, que é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, encontra-se suspensa do Mercosul desde 2017 devido à ruptura da ordem democrática, conforme prevê o Protocolo de Ushuaia.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, optaram por não assinar a declaração. A avaliação do Palácio do Planalto é de que a assinatura poderia ser interpretada pelos Estados Unidos como um suporte a uma possível ação militar contra o governo venezuelano. Recentemente, a presença militar dos EUA na região do Caribe aumentou, como parte de uma suposta luta contra o narcotráfico, enquanto o governo brasileiro busca uma abordagem cautelosa nas questões envolvendo a Venezuela.
No comunicado, os líderes expressaram preocupação com a grave crise humanitária e migratória que assola o país. “Reafirmamos nosso compromisso de alcançar, por meios pacíficos, a plena restauração da ordem democrática e o respeito irrestrito aos direitos humanos na Venezuela”, diz o texto. Além disso, foi solicitado o imediata libertação de presos políticos.
Lula, por sua vez, manteve conversas com líderes tanto da Venezuela quanto dos Estados Unidos, argumentando que uma intervenção militar poderia resultar em uma catástrofe humanitária, assim como criar precedentes perigosos no cenário internacional. “A presença militar de uma potência extrarregional está testando os limites do direito internacional”, alertou durante a cúpula.
Em contrapartida, Javier Milei, presidente da Argentina, utilizou a ocasião para criticar fortemente Nicolás Maduro, referindo-se a ele como “narcoterrorista” e expressando apoio à pressão dos EUA para mudanças na Venezuela. “O tempo da timidez nesta questão já passou”, declarou Milei.
Enquanto o Brasil considera a situação da Venezuela com um olhar mais diplomático, a tensão entre os Estados Unidos e o governo de Nicolás Maduro continua a influenciar as dinâmicas políticas na América do Sul. O cenário permanece delicado, refletindo as complexidades das relações internacionais e a busca por soluções pacíficas e diplomáticas em contextos conflituosos.
Brasil não assina comunicado sobre Venezuela liderado pela Argentina
Fonte: Agencia Brasil.
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