Hoje, Anchieta celebra o Dia do Folclore, destacando tradições que compõem seu rico patrimônio imaterial. Entre as histórias mais queridas estão a Lenda do Jaraguá, a Lenda de Mãe-Bá e o Poço de Anchieta, narrativas que mesclam fé, cultura indígena e a identidade popular da cidade.
A Lenda do Jaraguá revela a figura icônica do Jaraguá, cujo nome em tupi-guarani significa “bicho que pega”. Originada no período colonial, essa lenda foi utilizada pelos padres jesuítas como um recurso simbólico de catequização. Representado com a caveira de um cavalo e o corpo coberto de musgo, o Jaraguá é não apenas um símbolo de intimidação, mas também um importante elemento da educação cultural local. Atualmente, ele aparece em um bloco carnavalesco, onde anima os foliões e evoca o temor nos moradores com a famosa cantiga: “Lá vem, lá vem, lá vem a Jaraguá, corpo de gente e cabeça de anima.”
Outra narrativa que compõe essa rica cultura é a Lenda de Mãe-Bá, que gira em torno da Lagoa de Mãe-Bá. A lenda narra a história de Bá, uma sábia líder indígena e curandeira, que, em busca de ajuda espiritual para um jovem doente, acaba falecendo afogada na lagoa. Suas cinzas se transformam em abundância de peixes, simbolizando sustento e fartura para os habitantes de Anchieta. Embora a lenda não tenha comprovação documental, é considerada um legado cultural que enriquece a identidade local.
O Poço de Anchieta, conhecido como “Poço Abaré Padre José de Anchieta”, é outra tradição significativa. De acordo com a tradição oral, durante um período de estiagem severa, o jesuíta José de Anchieta invocou a água com seu cajado e fez jorrar água limpa, um evento que é lembrado como um milagre. Este local sagrado segue sendo um ponto de visitação para moradores e turistas, servindo como espaço de memória, fé e história.
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