BRICS Propõe Renegociação de Dívidas e Mecanismos de Garantia em Reunião no Rio de Janeiro
Os países do BRICS defenderam, neste domingo (6), a necessidade de renegociação das dívidas de economias de renda baixa e média em um mecanismo sugerido pelo G20. A proposta foi apresentada na Declaração de Líderes do BRICS, assinada durante a 17ª Reunião de Cúpula do grupo, que ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.
O documento destaca a importância de um tratamento “holístico” ao endividamento internacional, com foco especial nas nações mais vulneráveis que sofreram impactos significativos devido a choques econômicos nos últimos anos. O BRICS ressaltou que as elevadas taxas de juros e as restrições no crédito internacional têm exacerbado as dificuldades financeiras enfrentadas por muitos países.
Enfrentando o Endividamento Internacional
“Acreditamos que é necessário enfrentar de forma adequada e holística o endividamento internacional para apoiar a recuperação econômica e o desenvolvimento sustentável”, afirma a declaração. O texto ressalta a importância de considerar as legislações internas de cada país e a necessidade de um endividamento externo responsável.
Nesse sentido, o BRICS fez um apelo pela implementação do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida, um acordo alcançado na reunião do G20 do ano passado. Esse mecanismo inclui discussões bilaterais entre governos, credores privados e bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do BRICS).
Mecanismo de Garantias Multilaterais
A declaração também introduziu discussões sobre uma nova iniciativa de Garantias Multilaterais (GMB), que visa a criação de um mecanismo de garantias entre os países do BRICS. O objetivo é reunir ativos de diversas nações para cobrir eventuais inadimplências, resultando em juros mais baixos para empréstimos e financiamentos externos.
“A GMB visa oferecer instrumentos de garantia personalizados para reduzir o risco de investimentos estratégicos e melhorar a credibilidade, tanto no BRICS quanto no Sul Global”, esclarece o documento. O plano é desenvolver essa iniciativa até 2025 e relatar os progressos na Cúpula do BRICS de 2026.
Revisão do Acordo de Reservas Contingentes
Além disso, a declaração dos ministros de Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do BRICS, divulgada na noite de sábado (5), indicou a criação de um mecanismo semelhante para financiar projetos climáticos e investimentos em infraestrutura. O documento também mencionou a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC), instaurado em 2014, para incluir novas moedas, facilitando a ajuda financeira a países de média e baixa renda em dificuldades no balanço de pagamentos.
Composição do BRICS
O BRICS é um bloco que reúne 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também são parceiros na iniciativa países como Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Juntos, esses países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população global e 23% do comércio internacional. Em 2024, 36% das exportações brasileiras foram destinadas aos países do BRICS, que representaram 34% das importações brasileiras.
Imagem: Agência Brasil
A reunião do BRICS no Rio de Janeiro é uma oportunidade crucial para discutir e implementar medidas que possam mitigar os efeitos da crise econômica enfrentada por muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Brics pede renegociação de dívidas de países pobres dentro do G20
Fonte: Agencia Brasil.
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