Crescimento da Economia Brasileira Atinge 0,4% no Segundo Trimestre de 2023
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2023, em comparação ao trimestre anterior. O aumento foi impulsionado principalmente pelo consumo das famílias, que cresceu 0,5% no período, conforme os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao longo dos últimos 12 meses, a economia brasileira acumula uma alta de 3,2%.
Uma análise do PIB sob a ótica do consumo revela as seguintes taxas de desempenho entre os principais componentes da demanda:
- Consumo das famílias: +0,5%
- Consumo do governo: -0,6%
- Investimento: -2,2%
- Exportação: +0,7%
- Importação: -2,9%
O consumo das famílias é um motor vital da economia brasileira, representando 63,8% do PIB. Em contrapartida, exportações, que também apresentaram crescimento, correspondem a 18% do total da economia.
Juros e Política Monetária
O crescimento de 0,4% marca uma desaceleração em relação ao primeiro trimestre, quando a economia cresceu 1,3%. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, atribui essa desaceleração à política monetária restritiva adotada pelo Banco Central. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, o nível mais alto desde julho de 2006. Taxas de juros elevadas costumam desencorajar o consumo e o investimento, com o objetivo de controlar a inflação.
Apesar desse cenário, Palis destaca a resiliência da economia brasileira, ressaltando que o consumo das famílias atingiu um patamar recorde no período. Esse otimismo se deve ao mercado de trabalho, que continua dinâmico, e à política fiscal que favorece distribuições de renda.
“Adinâmico no mercado de trabalho e com o crescimento dos salários reais, além de programas de transferência de renda, são fatores decisivos”, explica Rebeca Palis.
Atualmente, a taxa de desocupação é de 5,8%, a menor desde o início da série histórica em 2012. O rendimento médio mensal dos trabalhadores também alcançou um recorde de R$ 3.477.
O Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do governo, beneficia 19,19 milhões de famílias, com um valor médio de R$ 671,54 por beneficiário.
Apesar dos juros elevados que impactam o crédito, Rebeca Palis informa que o financiamento para as famílias continua a crescer, embora haja uma desaceleração significativa nas operações de crédito para pessoas jurídicas.
Impacto das Exportações e Tarifas
O desempenho das exportações no segundo trimestre não foi afetado pelo aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos, que começou apenas em agosto. Rebeca Palis acredita que os efeitos dessas tarifas poderão ser notados nos dados do terceiro trimestre, mas sublinha que o consumo das famílias permanece a principal força da economia.
“Historicamente, o consumo das famílias apresenta um peso muito maior na economia do que o comércio exterior, especialmente no caso dos Estados Unidos, que não é mais nosso principal parceiro comercial. Atualmente, a China ocupa essa posição”, afirma Palis.
Dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) mostram que a participação dos EUA nas exportações brasileiras caiu de 24,4%, em 2001, para 12,2% em 2024. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o impacto das tarifas custará cerca de 3,3% das exportações brasileiras.
Com essas informações, o cenário econômico do Brasil revela uma complexidade que abrange tanto a força do consumo interno quanto as influências externas nos mercados.
Apesar dos juros, consumo das famílias foi motor da economia no 2º tri
Fonte: Agencia Brasil.
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