Desigualdade na Educação em São Paulo: Dados do Mapa da Desigualdade Revelam Lacunas Significativas
Dados recém-publicados pela Rede Nossa São Paulo, no Mapa da Desigualdade, apontam que o acesso à educação pública na capital paulista revela disparidades alarmantes. Segundo Igor Pantoja, coordenador de relações institucionais da entidade, a situação varia amplamente entre os distritos da cidade. "São Paulo tem quase 12 milhões de habitantes, cada distrito tem quase 150 mil habitantes, em média. Temos condições muito boas de acesso à educação em algumas regiões, enquanto em outras a educação ainda é muito precária, especialmente na esfera pública", afirma Pantoja.
Um dos dados mais preocupantes é que em 45 dos 96 distritos da cidade, a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos finais do ensino fundamental público não alcançou o índice nacional de 5, que representa a média das escolas brasileiras, tanto públicas quanto privadas. As notas mais baixas foram registradas em locais como Ipiranga (4), Bela Vista (4,3) e Vila Leopoldina (4,4), enquanto os melhores desempenhos foram observados em Pinheiros (5,8), Aricanduva (5,7), Mooca e Carrão (ambos com 5,6). Em 17 distritos, não há dados disponíveis para esse indicador.
A Rede Nossa São Paulo observa que as notas referentes aos anos finais do Ideb das escolas públicas em São Paulo estão distantes da meta de 6,4, proposta pela sociedade civil ao Executivo municipal para o Programa de Metas 2025-2028. A prefeitura, por sua vez, já divulgou que o objetivo estabelecido é atingir uma nota de 5 até 2028 para os anos finais do ensino fundamental.
Outros indicadores analisados na divulgação incluem o tempo de espera para vagas em creche, matrículas em escolas públicas, distorção idade-série no ensino fundamental, abandono escolar e a formação docente. O levantamento revelou que a espera por vagas em creches varia significativamente, com locais como Alto de Pinheiros, Cidade Tiradentes, Cachoeirinha e Guaianases apresentando uma espera de apenas dois dias, enquanto o Brás enfrenta um período de espera de 28 dias. Pantoja destaca que a população vulnerável que reside no Brás, majoritariamente composta por migrantes, pode influenciar no tempo de espera e na oferta dos serviços educacionais.
Em termos de esforço docente, a proporção média de professores do ensino fundamental com alto grau de esforço em relação a carga horária, número de alunos por turma e escolas é alarmante: 0% em distritos como Pinheiros, Vila Mariana, Moema, Perdizes e Santa Cecília. Santo Amaro, por sua vez, apresenta uma taxa de 12,84% de docentes com alto grau de esforço. As notas do Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental apontam Vila Mariana como a de maior desempenho (7,3), enquanto Pari apresenta a menor (4,8).
A Rede Nossa São Paulo também criou um ranking temático que classifica os 96 distritos com base em seu desempenho em diferentes indicadores educacionais. Os distritos com melhor classificação incluem Perdizes, Artur Alvim e Butantã, enquanto Sé, Campo Belo e Santana estão entre os com pior desempenho.
Em resposta a essas preocupações, a prefeitura de São Paulo publicou uma nota informando que, mesmo diante das desigualdades, a cidade alcançou um Ideb de 4,8 nos anos finais do ensino fundamental, acima da média nacional, que é de 4,6. As autoridades municipais indicam que estão implementando medidas para mitigar essas desigualdades, como a Gratificação por Local de Trabalho (GLT) para professores em unidades com alta rotatividade e a Gratificação de Difícil Acesso (GDA) para educadores em áreas de difícil acesso.
Além disso, a cidade possui 59 centros educacionais unificados (CEUs), que atuam como espaços de educação integral, oferecendo acesso a atividades de lazer, cultura e esportes, especialmente em regiões com alta vulnerabilidade social.
Crédito: Rede Nossa São Paulo
Rede Nossa São Paulo aponta desigualdade na educação paulistana
Fonte: Agencia Brasil.
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