Marcha Global para Gaza: 200 Manifestantes Presos pelo Egito
A organização da Marcha Global para Gaza confirmou a prisão e deportação de pelo menos 200 manifestantes pelas autoridades egípcias ao tentarem se mobilizar contra a guerra e em favor da entrada de ajuda humanitária no enclave palestino, que enfrenta 20 meses de bombardeios israelenses.
O Egito, que exige autorização prévia para a manifestação, tem sido alvo de críticas. De acordo com a organizadora do evento, pedidos formais de permissão foram enviados nas embaixadas egípcias em mais de 15 países nos últimos dois meses. Em um comunicado, a equipe organizadora afirmou: “Instamos as autoridades egípcias a libertarem todos os indivíduos detidos e permitirem a entrada dos participantes da marcha, o que está em linha com o interesse declarado do Egito em ver o fim do bloqueio contra Gaza”.
A advogada brasileira Adriana Haddad Gaspar, que chegou ao Cairo no dia 11 de outubro, relatou à Agência Brasil a tensão gerada pela notícia das deportações. "Neste momento, estamos parados e paralisados", lamentou. Ela justificou sua participação na marcha alegando que não suportava mais ver os massacres de civis em Gaza.
Grupos de manifestantes, partindo de países como Tunísia, Argélia, Líbia e Marrocos, se dirigem ao Egito com expectativa de alcançar a fronteira com Gaza em 15 de junho após dias de caminhada.
O Ministério das Relações Exteriores do Egito, por sua vez, declarou que “acolhe com satisfação” as posições contrárias ao bloqueio em Gaza, mas reafirmou a necessidade de aprovação prévia para visitas de estrangeiros. O governo enfatizou a importância de seguir os controles regulatórios para garantir a segurança das delegações.
Israel também se pronunciou sobre a marcha, solicitando ao Egito que impeça a aproximação dos ativistas à fronteira com Gaza. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, caracterizou os manifestantes como "jihadistas" e alertou para o risco que a ação poderia representar à segurança israelense.
A incerteza quanto ao futuro da manifestação persiste. O jornalista e professor de relações internacionais Bruno Lima Rocha destacou que a Península do Sinai enfrenta uma situação complexa, dominada por grupos paramilitares e extralegais. Segundo ele, a presença ou apoio do governo egípcio será decisivo para o avanço da marcha, mas as questões de segurança permanecem preocupantes.
Fonte: Agência Brasil
Israel pede que Egito detenha marcha a Gaza e 200 são deportados
Fonte: Agencia Brasil.
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