Dia dos Povos Indígenas: Estudo Revela Dados sobre a População Indígena no Espírito Santo
Neste sábado, 19 de agosto, celebra-se o Dia dos Povos Indígenas, uma data que reconhece a relevância histórica, cultural e social dessas comunidades na formação e proteção do território nacional. Em alusão a essa importante comemoração, o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), por meio da Coordenação de Estudos Sociais (CES), divulgou um estudo especial que aborda a situação da população indígena no Estado do Espírito Santo.
O levantamento apresenta um panorama abrangente dos povos indígenas que habitam o Espírito Santo, os quais descendem de grupos originários como os Tupiniquins, Guaranis, Botocudos, Aimorés (também conhecidos como Krenaks) e Pataxós. O estudo diferencia entre localidades indígenas, agrupamentos de indígenas em regiões específicas, e Terras Indígenas, que são os territórios oficialmente demarcados.
No Espírito Santo, das 16 localidades indígenas identificadas, 13 estão situadas em áreas reconhecidas oficialmente, representando 81,2% do total. Estatisticamente, os indígenas formam 0,8% da população brasileira, totalizando 1.694.836 pessoas, sendo que, no Sudeste, esse percentual cai para 0,1% (123.434 pessoas). No contexto capixaba, os indígenas correspondem a 0,4% da população total, o que equivale a 14.410 indivíduos. A cidade de Aracruz destaca-se por concentrar mais da metade dessa população, com 51,5% (7.425 pessoas), seguida por Serra, que abriga 9,2% (1.326), e Vila Velha, com 6% (866).
A pesquisa revela que as mulheres são maioria na população indígena do Estado, representando 51,1%, enquanto os homens constituem 48,9%. As mulheres exercem um papel vital na preservação da cultura indígena, sendo frequentemente responsáveis pela agricultura, coleta e transmissão de saberes tradicionais.
Em termos demográficos, os jovens entre 15 e 29 anos formam o grupo etário predominante, com 22,3% da população indígena. Crianças de 0 a 14 anos representam 20,1%, enquanto os idosos, com 60 anos ou mais, constituem 16,2% do total.
Um dado notável do estudo é a taxa de alfabetização da população indígena, que atinge 91% entre aqueles com 15 anos ou mais. Segundo o diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, esse índice é próximo ao dos não indígenas, que registra 94,4%. "Esse dado é crucial e demonstra que esses grupos estão sendo alcançados pelo ensino regular. Além disso, quando comparamos com a média do Sudeste, o Espírito Santo apresenta uma taxa bruta de frequência escolar superior, com 26,1% em comparação a 23,9% na região", enfatizou Lira.
O estudo também aborda a questão da demarcação e proteção das Terras Indígenas. Apenas 32,4% da população indígena no Brasil reside atualmente em territórios oficialmente reconhecidos. Adicionalmente, a maioria dos indígenas vive em áreas urbanas, tanto no Brasil (54%) quanto no Sudeste (77,2%) e no Espírito Santo (60,5%).
Apesar da urbanização, as desigualdades no acesso à infraestrutura básica permanecem evidentes. O abastecimento de água, por exemplo, chega a 90,8% da população não indígena, enquanto entre os indígenas esse percentual é de 79,9%, mostrando uma diferença de 11,1 pontos percentuais. Em termos de esgotamento sanitário, 43% da população indígena não conta com um sistema adequado, em contraste com 17% entre os não indígenas — uma discrepância de 26 pontos percentuais.
A pesquisa também destaca a participação política dos povos indígenas. Nas eleições recentes, realizadas em 2022 e 2024, o Brasil elegeu 261 pessoas que se autodeclararam indígenas. No Espírito Santo, durante esse mesmo período, três representantes indígenas foram eleitos, ressaltando a importância de reconhecer e fortalecer a presença indígena em diversas esferas da sociedade.
Para acessar o estudo completo, visite: Estudo IJSN.
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Fonte: Governo ES