Presidente do Banco Central defende uso do IOF como regulatório, não arrecadatório
São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou na última segunda-feira (2) que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) deve ser utilizado como uma ferramenta regulatória, conforme definido pela Constituição, e não como um meio para elevar a arrecadação fiscal ou substituir possíveis aumentos na taxa de juros. A declaração foi feita durante um evento em São Paulo promovido pelo Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP).
Galípolo expressou preocupação com a probabilidade de que a recente elevação do IOF seja interpretada por investidores internacionais como uma forma de controle de capital. "Eu sempre tive essa visão de que não deveria utilizar o IOF nem para questões arrecadatórias, nem para fazer algum tipo de apoio para a política monetária. É um imposto regulatório, como está bem definido", explicou o presidente do BC.
O aumento do imposto sobre o crédito destinado a empresas também foi abordado. O presidente destacou que o ideal seria que a taxa não influenciasse a escolha dos empresários sobre onde obter empréstimos. "Não é desejável que você tenha uma escolha de uma linha ou de um produto específico em função de uma arbitragem tributária", complementou Galípolo.
O governo espera que a elevação do IOF contribua para um reforço da arrecadação em R$ 19,1 bilhões até o final do ano. Contudo, segundo analistas, esse aumento pode ser comparado a um incremento de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic, uma vez que encarece o crédito para as empresas.
Sobre as projeções econômicas, Galípolo enfatizou que o BC será cauteloso ao incorporar o aumento do IOF em suas análises. Ele indicou que o impacto também dependerá das propostas alternativas que estão sendo discutidas entre o governo e o Congresso. "A gente tende a consumir com mais parcimônia, aguardar o desenho final para entender de que maneira e quanto deve ser incorporado nas nossas projeções", concluiu o dirigente.
As declarações de Galípolo refletem um momento delicado na economia brasileira e ressaltam a necessidade de um equilíbrio entre arrecadação fiscal e a manutenção de um ambiente favorável para investimentos.
Imagem de capa: Agência Brasil
Galípolo diz que IOF não deveria ser usado para arrecadar
Fonte: Agencia Brasil.
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