Argentina se mobiliza para greve geral contra políticas de ajuste fiscal do presidente Javier Milei
A Argentina se prepara para uma nova greve geral contra as políticas de ajuste fiscal implementadas pelo presidente Javier Milei, marcada para ocorrer nesta quinta-feira (10). A mobilização, que começou na quarta-feira (9) com protestos em frente ao Congresso Nacional, é liderada pelas principais centrais sindicais do país.
Os manifestantes, organizados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), pela Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma (CTA-A) e pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina (CTA-T), destacam pautas relacionadas a salários, direitos dos aposentados, defesa da indústria nacional e a retomada de obras públicas. Outro tema central da mobilização é a demanda por um plano nacional de emprego e o fim da repressão a manifestações sociais pelo governo.
Os trabalhadores acusam o governo de favorecer a desigualdade e a injustiça social, além de afirmarem que suas liberdades e direitos estão sendo desrespeitados. Em entrevista coletiva realizada na manhã de hoje em Buenos Aires, o secretário-geral da CTA Autônoma, Hugo “Cachorro” Godoy, expressou a determinação da classe trabalhadora em se opor às políticas do governo: “Vamos acompanhar massivamente essa mobilização como um prelúdio da greve geral de amanhã, onde vamos expressar a vontade e decisão da classe trabalhadora de pôr freio a essa política governamental que leva a riqueza gerada pelos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou Godoy.
Por outro lado, o presidente Javier Milei, em uma postagem nas redes sociais, reagiu à greve, compartilhando uma declaração do ministro da Desregulação e Transformação do Estado, Federico Adolfo Sturzenegger, que afirmou: "Uma greve é uma tentativa de extorsão. Ela não nos afeta em absolutamente nada. Seguiremos com nossos objetivos."
A greve geral ocorre em meio a um novo cenário econômico para a Argentina, com um acordo de US$ 20 bilhões anunciado entre o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) através do Mecanismo de Financiamento Ampliado (EFF). O desembolso do fundo, entretanto, ainda depende da aprovação do Conselho Executivo do FMI, que deverá se reunir nos próximos dias.
O FMI destacou em sua nota anunciando o acordo que as autoridades argentinas mostraram “impressionante progresso inicial” na estabilização da economia, ressaltando a necessidade de continuar as reformas para consolidar a estabilidade macroeconômica e fomentar um crescimento sustentável.
A tensão entre o governo e os sindicatos promete um cenário de confrontos entre as reivindicações sociais e a implementação das políticas econômicas que têm suscitado controvérsias nas últimas semanas. Os desdobramentos da greve e das políticas econômicas de Milei continuarão a ser acompanhados de perto pela população e por analistas políticos.
Centrais sindicais argentinas preparam greve geral de 24 horas
Fonte: Agencia Brasil.
Internacional