IAGS Acusa Israel de Cometer Genocídio na Faixa de Gaza
A Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio (IAGS) aprovou, no último domingo (31), uma resolução que classifica as ações de Israel na Faixa de Gaza como genocídio. A decisão foi respaldada por mais de dois terços dos aproximadamente 500 membros da organização, que é reconhecida como uma das principais instituições dedicadas ao estudo do genocídio em todo o mundo.
O documento, que possui três páginas, detalha uma série de alegações graves contra o governo israelense. De acordo com a IAGS, Israel tem perpetrado “crimes sistemáticos e generalizados contra a humanidade”, incluindo ataques direcionados a civis e à infraestrutura essencial da região, como hospitais, residências e edifícios comerciais.
Conduta Israelense
Os estudiosos citam a perda de vidas de crianças e declarações de autoridades israelenses que rotulam os palestinos de maneira desumanizadora. Formas de violência, como tortura, detenção arbitrária e ataques a profissionais de saúde, também foram destacadas no relatório. A IAGS afirma que a destruição da infraestrutura habitacional em Gaza e o deslocamento da quase totalidade de seus 2,3 milhões de habitantes são evidências de ações genocidas.
“Esses crimes resultaram na destruição de famílias e na perda da identidade coletiva palestina”, afirma o texto.
Denuncias de Fome e Crise Humanitária
Os especialistas ressaltaram que a destruição deliberada de campos agrícolas e armazéns de alimentos, em combinação com restrições à ajuda humanitária, impõe condições de vida insuportáveis, levando à fome em Gaza. A segurança alimentar no território alcançou o nível 5, classificado como uma catástrofe humanitária pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A IAGS também destaca que mais de 50 mil crianças foram mortas ou feridas, um número que, segundo a associação, justifica a acusação de genocídio, pois a destruição de um grupo demográfico essencial compromete a sua regeneração.
Resposta de Israel
O governo de Israel imediatamente rechaçou a resolução. Em comunicado, afirmou que a declaração da IAGS se baseia em “mentiras do Hamas” e não faz a pesquisa adequada para verificar as informações. “Esta é uma vergonha para a profissão jurídica e para qualquer padrão acadêmico”, diz o governo israelense.
Israel argumenta que as suas ações são uma resposta ao Hamas, especialmente após os ataques de 7 de outubro de 2023, e que busca recuperar reféns mantidos pelo grupo.
Contexto Internacional
A acusação de genocídio contra Israel também tem respaldo na Corte Internacional de Justiça (CIJ), onde a África do Sul, com apoio de várias nações, incluindo o Brasil, apresentou uma denúncia similar. Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch, já caracterizaram as ações em Gaza como genocídio, um termo que continua a ser negado por Tel Aviv.
Definição de Genocídio
De acordo com a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948, o genocídio é tipificado como atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Isso inclui atos como matar membros do grupo, causar danos físicos ou mentais severos e submeter o grupo a condições de vida que resultem na sua destruição.
A discussão em torno desse tema se intensifica em um contexto internacional em que a análise sobre a violência na Faixa de Gaza continua a polarizar opiniões e a provocar debates sobre direitos humanos.
Israel comete genocídio em Gaza, diz associação
Fonte: Agencia Brasil.
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