Flotilha Global Sumud: 461 ativistas capturados por Israel; 15 brasileiros entre os detidos
Na madrugada desta quarta-feira, o Movimento Global à Gaza confirmou a interceptação de todas as embarcações que faziam parte da Flotilha Global Sumud. Um total de 461 integrantes foram capturados pelas forças navais israelenses. A última abordagem ocorreu às 4h29 (horário de Brasília), quando os tripulantes do barco Marinette foram levados.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um dos ativistas comunicando que um navio militar israelense havia sido avistado a cinco minutos de distância, bem como o momento da abordagem.
Apesar de informações anteriores que indicavam a prisão de 17 cidadãos brasileiros, as autoridades confirmaram que 15 brasileiros estão atualmente sob custody. Dentre os últimos capturados estão Nicolas Calabrese, Hassan Massoud, João Aguiar e Miguel de Castro. Também fazem parte do grupo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e a vereadora de Campinas, Mariana Conti (PSOL-SP), além de outros ativistas humanitários.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil se manifestou sobre o ocorrido, emitindo uma nota oficial onde condena a “interceptação ilegal e a detenção arbitrária” por Israel das embarcações em águas internacionais. O governo brasileiro informou que notificou formalmente o governo de Israel através da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e da Embaixada de Israel em Brasília.
Israel, por sua vez, publicou fotos de alguns integrantes da flotilha e comunicou que procedimentos para deportação já estão em andamento. O ministério israelense afirmou que quatro cidadãos italianos já haviam sido deportados e que os demais estão em processo semelhante. Além disso, o governo israelense negou que haja um cerco à Faixa de Gaza, sugerindo que a ajuda humanitária poderia ter sido “transferida pacificamente”.
Os integrantes da flotilha estão sendo representados juridicamente pelo Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel (Adalah), que tem como foco proteger os direitos humanos dos palestinos na região. Os ativistas foram transferidos para a prisão de Kesdiot, situada no deserto de Negev.
Atualmente, apenas um pequeno número de participantes assinou um Pedido de Saída Imediata, que, segundo as leis israelenses, implica o reconhecimento de entrada ilegal em Israel e um banimento severo. Contudo, os ativistas têm o direito de serem mantidos em detenção por até 72 horas antes que possam iniciar o processo de liberá-los. Durante os interrogatórios, alguns ativistas foram visitados por altos funcionários do governo israelense, gerando preocupações sobre possíveis intimidações.
Além disso, uma greve de fome foi iniciada por alguns integrantes da flotilha como uma forma de protesto pacífico.
Recentemente, uma nova onda de embarcações, denominada Freedom Flotilha Coalition, partiu da Europa em direção à Faixa de Gaza. Até o momento, não há confirmação da presença de brasileiros a bordo das novas embarcações.
Reportagem do Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil, pode ser assistida aqui.
Imagens: Agência Brasil/EBC
Flotilha Global Sumud: última embarcação é capturada por Israel
Fonte: Agencia Brasil.
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