Marina Silva Pede Fim dos Combustíveis Fósseis e Desmatamento em Conferência em Adis Abeba
Adis Abeba, Etiópia – Em uma importante reunião global, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, lançou um apelo para o fim do uso de combustíveis fósseis e do desmatamento, ressaltando que a abordagem deve ser respeitosa às limitações e particularidades de cada país. A declaração ocorreu durante o encerramento do Balanço Ético Global, uma iniciativa do Brasil em parceria com as Nações Unidas, na sexta-feira (5).
Marina enfatizou que é necessário um planejamento justo para a transição energética, declarando: “Precisamos iniciar o planejamento de forma justa para o fim do desmatamento e o fim dos combustíveis fósseis. Não podemos mais continuar sem atacar as causas da mudança do clima.” A ministra reforçou que o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis estão entre os principais responsáveis pela geração de gases que provocam o aquecimento global.
A ministra destacou a importância de considerar as diferenças entre países, suas necessidades e dificuldades, e abordou o tema tanto do ponto de vista da produção quanto do consumo. “Esse processo precisa ser justo, inclusive, para pessoas, países e regiões e, sobretudo, para os mais vulnerabilizados”, acrescentou.
Marina ainda ressaltou que o verdadeiro desafio da transição energética é fornecer apoio a países que não têm condições econômicas para abandonar combustíveis fósseis de forma autônoma. “O grande desafio é que a gente possa fazer uma transição justa e planejada para o fim de combustíveis fósseis, acelerando a energia renovável”, afirmou.
Desafios e Oposição
Durante sua apresentação, a ministra também abordou a resistência que o movimento enfrenta, citando a existência de “poderosos” que se opõem aos esforços de mudança. “Infelizmente, uma grande quantidade delas no mundo têm muito poder, com muita tecnologia, com muito dinheiro, e não é fácil de enfrentá-las”, disse Marina.
O cenário global se complica com o recente retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, que anunciou a saída do Acordo de Paris, fundamental para o combate às mudanças climáticas. Em seu mandato anterior, Trump já havia tomado medidas que favoreciam a exploração de petróleo e a desarticulação de políticas de transição energética.
Financiamento da Transição Energética
Marina Silva também observou que a COP28, realizada em 2023, finalmente definiu a necessidade de abandonar combustíveis fósseis e de aumentar consideravelmente a eficiência energética e a utilização de energias renováveis. Para a próxima COP30, a ser realizada no Brasil, o governo espera que sejam estabelecidas metas concretas, incluindo a ambiciosa meta de desmatamento zero até 2030.
Na COP29, realizada no Azerbaijão, um compromisso foi firmado entre os países desenvolvidos para fornecer pelo menos US$ 300 bilhões por ano até 2035, visando apoiar a transição energética nos países em desenvolvimento. A meta global projetada é de alcançar até US$ 1,3 trilhão anuais para esse fim até 2035.
Diante desse cenário, a presidência brasileira na COP30 terá como um de seus principais objetivos a criação de mecanismos financeiros que viabilizem esse financiamento e a mitigação dos efeitos adversos das mudanças climáticas.
Foto: Fernando Donasci/MMA
Marina pede transição energética que considere limitações de cada país
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente