A Três Meses da COP30, Ministra Sônia Guajajara Destaca Compromissos de Países Desenvolvidos
Faltando três meses para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), agendada entre 10 e 21 de novembro em Belém, Pará, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, enfatizou a importância de que os países desenvolvidos honrem os compromissos assumidos no Acordo de Paris, firmado durante a 21ª Conferência das Partes (COP21) em 2015.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pelo Canal Gov da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a ministra ressaltou que a COP30, como um evento global da ONU, deve ser uma plataforma para que todos os 198 países participantes assumam compromissos coletivos no enfrentamento das mudanças climáticas. “Não é apenas sobre cobrar do governo brasileiro”, afirmou.
Propostas Indígenas na COP30
Sônia Guajajara também destacou que a principal proposta dos povos indígenas para a COP30 é o reconhecimento dos territórios indígenas como uma solução eficaz para mitigar as mudanças climáticas. Segundo a ministra, esses territórios são os mais preservados e possuem a maior biodiversidade, protegido pelo modo de vida dos povos indígenas. “Apresentamos essa proposta para ser incluída nas nossas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) por cada país”, acrescentou.
Logística e Custos da COP30
Respondendo a questionamentos sobre os custos da hospedagem em Belém e os desafios enfrentados por países em desenvolvimento para participar do evento, a ministra garantiu que não há risco de transferência do local da COP30. “Muitos países ainda em desenvolvimento têm dificuldades financeiras, mas a realização do evento em Belém está confirmada”, disse Guajajara.
Ela ressaltou a urgência das discussões sobre mudanças climáticas: “Essa COP precisa dar certo. É a primeira COP na Amazônia. Estamos falando da COP da floresta, da participação, da inclusão e da implementação.”
Preparação dos Líderes Indígenas
O Ministério dos Povos Indígenas está promovendo o Ciclo Coparente em todas as regiões do Brasil para preparar a participação indígena nas negociações durante o evento. Até o momento, o ciclo já visitou as regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste e agora se concentra na Amazônia, com encontros previstos no Amazonas.
Além disso, a ministra destacou o programa Kuntari Katu, que visa preparar líderes indígenas para atuar em políticas globais e negociações internacionais. “Nessa COP, teremos várias instâncias de participação, e nossos ‘diplomatas indígenas’ estarão prontos para negociar”, afirmou Guajajara.
Nuevas turmas de líderes indígenas serão criadas para aumentar a capacidade de atuação nas instâncias globais, enfatizando a importância da inclusão indígena nas discussões sobre as mudanças climáticas.
Essa preparação e engajamento visam garantir que a voz dos povos indígenas seja ouvida na luta contra as mudanças climáticas, um tema cada vez mais urgente em um mundo que enfrenta desafios ambientais sem precedentes.
Ministra cobra de países desenvolvidos cumprimento do Acordo de Paris
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente