Polícia Civil do ES deflagra “Operação Falsária” contra falsa advogada em Itapemirim
Marataízes, 18 de outubro de 2023 – A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Polícia de Marataízes, com o apoio da Inteligência da Polícia Penal do Estado (PPES), deflagrou na manhã desta quinta-feira (18) a “Operação Falsária”. A ação tinha como objetivo cumprir um mandado de busca e apreensão contra uma mulher de 55 anos, investigada pelos crimes de fraude na inscrição funcional de advogada, uso de documento público falso e participação em organização criminosa.
A operação ocorreu no bairro Campo Novo, em Itapemirim, e contou com o acompanhamento de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional Espírito Santo. Durante a ação, foram apreendidas duas carteiras da OAB, uma variedade de bilhetes provenientes de internos do Sistema Prisional do Estado, além de documentos relacionados à sua inscrição fraudulenta na OAB.
As investigações sobre a suspeita tiveram início em agosto, após uma Notícia de Fato encaminhada pelo Ministério Público Estadual, que visava apurar a legalidade de sua inscrição na OAB da Paraíba. A análise revelou que a investigada forjou um certificado de aprovação no Exame da OAB com data de 1992, 23 anos antes de concluir sua graduação em Direito, em 2015. Esse documento fraudulento foi produzido a partir de um modelo encontrado na internet.
Com o certificado falso, a suspeita solicitou, por e-mail, à OAB/PB a emissão de uma segunda via, obtendo assim sua inscrição como advogada e a carteira funcional de número 28.389. Após verificações, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) não encontrou qualquer registro de aprovação da mulher em exames de ordem realizados entre 2015 e 2017, e a própria OAB/PB confirmou a fraude.
De acordo com o delegado Thiago Viana, titular da DP de Marataízes, a investigada atuava junto a facções criminosas, realizando ao menos 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário capixaba, principalmente em penitenciárias de segurança máxima. “Ela funcionava como intermediária de comunicações entre presos e o meio externo, além de protocolar procurações em processos judiciais. Dos cinco processos em que atuou, quatro terminaram em desistência, e dentre os custodiados atendidos, figuram lideranças de facções como Comando Vermelho (CV), PCV, PCC e AFC”, esclareceu.
Em depoimento, a mulher confessou os delitos que estavam sendo apurados. Ela alegou ter sido forçada, por meio de ameaças de morte, a se casar com um dos presos e a repassar valores provenientes de programas sociais, além de atender internos que lhe eram indicados. Também afirmou que realizava visitas mediante pagamento.
Após ser ouvida, a mulher foi liberada e deverá responder por associação criminosa e uso de documento falso em sete ocasiões, além do crime de falsidade documental cometido na Paraíba.
A policial penal Graciele Sonegheti, diretora-geral em exercício da PPES, destacou a importância da atuação integrada entre as forças de segurança. “Ações como a Operação Falsária são essenciais para preservar a legalidade e a segurança no sistema prisional. O trabalho de inteligência é fundamental para identificar tentativas de infiltração criminosa, evitando que estruturas ilegais fortaleçam facções e comprometam a ordem pública”, afirmou.
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Polícia Civil do ES prende falsa advogada investigada por fraudes e ligação com facções, atuando em comunicações no sistema prisional.
Fonte: Polícia Civil-ES.