Acordo de Livre Comércio UE-Mercosul é Apresentado para Aprovação, Enfrentando Críticas de Países Europeus
Nesta quarta-feira (3), a Comissão Europeia apresentará o acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Após 25 anos de negociações, o processo agora se encaminha para apreciação no Parlamento Europeu, onde será necessário garantir apoio por maioria qualificada entre os 27 Estados-membros da UE, um desafio que pode não ter sucesso.
O acordo, que visa oferecer novas oportunidades comerciais, é especialmente defendido por países como Alemanha e Espanha. Essas nações esperam que a iniciativa ajude a compensar as perdas decorrentes das tarifas comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, além de reduzir a dependência da Europa de fornecedores da China, sobretudo em minerais essenciais.
Desde a reeleição de Trump em novembro do ano passado, a UE tem intensificado suas tentativas de forjar novas alianças comerciais, acelerando negociações com nações como Índia e Indonésia, e solidificando laços com parceiros tradicionais, como Reino Unido e Japão. O executivo da UE considera o acordo com o Mercosul o maior em termos de cortes tarifários, sendo fundamental para a diversificação das relações comerciais.
Entretanto, a França, um dos principais opositores do acordo e maior produtora de carne bovina da UE, classifica as condições do tratado como “inaceitáveis”. Agricultores europeus têm manifestado preocupações de que as importações de produtos sul-americanos, especialmente carne bovina, possam desrespeitar os rígidos padrões de segurança alimentar e ambientais da Europa. Em resposta, a Comissão Europeia afirmou que essa situação é infundada.
Além disso, grupos ecologistas, como a organização Friends of the Earth, criticam o acordo por seu impacto ambiental, chamando-o de “destruidor do clima”. Existe a expectativa de que o texto seja rejeitado, tanto pelo Parlamento, onde a oposição se concentra entre os Verdes e partidos de extrema direita, quanto por governos que podem se alinhar contra, como Polônia e Itália.
Os defensores do acordo veem oportunidades significativas, destacando que o Mercosul representa um mercado crescente para produtos europeus como automóveis, máquinas e químicos, além de ser uma fonte confiável de minerais essenciais para a transição verde da Europa, como o lítio para baterias, atualmente dependentes da China. Também há expectativas de benefícios agrícolas, com acesso ampliado e tarifas reduzidas para queijos, presunto e vinho da UE.
A votação no Parlamento Europeu e nas instâncias governamentais da UE será crucial para o futuro do acordo, que estabelece um novo marco para as relações comerciais entre essas potências econômicas.
Com oposição da França, UE vai propor acordo comercial com o Mercosul
Fonte: Agencia Brasil.
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