Universidade de São Paulo Antecipou Fim de Convênio com Universidade de Haifa em Meio a Protestos Estudantis
A Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) decidiu antecipar o término do convênio com a Universidade de Haifa, de Israel, devido a um crescente movimento de protestos estudantis e uma posição crítica adotada por parte do corpo docente. Dos 54 votos possíveis, 46 foram favoráveis à rescisão do convênio, que estava vigente até maio de 2026.
Desde o início dos ataques das Forças de Segurança de Israel contra as cidades palestinas em Gaza e na Cisjordânia, a FFLCH-USP tem demonstrado sua reprovação ao convênio. A ofensiva israelense se desencadeou após um ataque do grupo Hamas a civis em Israel e, na semana passada, foi anunciada a aceitação de uma proposta de cessar-fogo mediada pelo governo dos Estados Unidos, que resultou na libertação dos últimos reféns vivos.
A ação militar do exército israelense tem sido amplamente criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e por vários países, incluindo o Brasil, que condenam a desproporção das forças envolvidas e a alta quantidade de civis mortos. Além disso, a destruição de estruturas essenciais nos territórios palestinos, que já enfrentavam precariedade desde a Nakba, em 1948, é uma questão de grande preocupação internacional.
Os representantes estudantis, que têm promovido ocupações e manifestações desde o início dos ataques, laudaram a decisão do conselho. Eles vinculam a ação à necessidade de resposta contra graves violações de direitos humanos por parte do Estado de Israel.
“Foi uma vitória da ética sobre a omissão. A universidade pública brasileira não pode ser cúmplice de quem transforma o conhecimento em instrumento de guerra. Hoje, a FFLCH deu um passo histórico e a USP deve seguir o mesmo caminho”, afirmou João Conceição, representante discente da Comissão de Cooperação Internacional da FFLCH.
É importante destacar que outras instituições de ensino superior brasileiras, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), também já romperam convênios com universidades israelenses. O convênio da USP com a Universidade de Haifa existia desde 2018, e a FFLCH recomendará ao Conselho Universitário a extensão do rompimento.
A decisão da FFLCH reflete um contexto mais amplo de reações acadêmicas e sociais frente ao cenário de conflito no Oriente Médio e os debates sobre direitos humanos e responsabilidade ética nas relações internacionais.
Faculdade da USP rompe convênio com Universidade de Haifa, de Israel
Fonte: Agencia Brasil.
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