Governo da Venezuela Denuncia Apreensão de Petroleiro por Militares dos EUA como Roubo Descarado
A Caracas, Venezuela – O governo da Venezuela qualificou a apreensão de um petroleiro do país, realizado por militares dos Estados Unidos, como um “roubo descarado” e um ato de pirataria. A operação ocorreu na última quarta-feira, em águas internacionais, envolvendo um navio que transportava cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo. Esta ação gerou um aumento acentuado nos preços do petróleo no mercado global.
A nota oficial do governo de Nicolás Maduro enfatiza que esse ato se insere em uma “política de agressão” deliberada contra a nação, visando o saque de suas riquezas energéticas. O texto ainda menciona que a apreensão do petroleiro se soma ao histórico roubo da Citgo, uma filial da estatal petroleira PDVSA, cuja venda foi autorizada pela Justiça dos EUA no início de dezembro, após a tomada de controlada em 2019 em decorrência do não reconhecimento da reeleição de Maduro.
Motivações por Trás das Ações
O governo de Caracas afirmou que essas operações revelam as verdadeiras intenções por trás das ações prolongadas contra a Venezuela. “Não se trata de migração, narcotráfico ou direitos humanos. Sempre foi sobre nossas riquezas naturais, nosso petróleo”, destaca a comunicação do Palácio de Miraflores.
A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, também se manifestou sobre a situação nas redes sociais, afirmando que a apreensão é um ilícito internacional e que o país recorrerá a todas as instâncias internacionais para denunciar o que chamou de “roubo vulgar”.
Declarações de Autoridades Americanas
Donald Trump, presidente dos EUA, anunciou a apreensão do petroleiro e indicou que o navio ficaria sob controle americano. Ele completou, citando que “outras coisas estão acontecendo”, em contextos que abrangem sua pressão militar sobre o governo venezuelano visando promover uma mudança de regime.
Um vídeo divulgado mostra a abordagem de dois helicópteros com indivíduos armados e camuflados descendo sobre o navio apreendido.
Bloqueio Naval e Cerco Militar
Ronaldo Carmona, especialista em geopolítica do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), destacou que a ação pode indicar um possível bloqueio naval contra a Venezuela, intensificando as tentativas de estrangular economicamente o país e forçar a queda do governo Maduro. “O estabelecimento de uma zona de exclusão aérea seguido pela apreensão do petroleiro é uma situação grave para a América do Sul”, alertou.
Esse evento se insere em um padrão de escalada militar americana contra a Venezuela, que já enfrentou diversas ações de ataque a embarcações no Caribe, sob a justificativa de combater o narcotráfico, mesmo tendo a Venezuela uma produção de cocaína relativamente insignificante e sendo o lar de poucos, se é que alguns, cartéis significativos.
Contexto Anterior e Política de Segurança
Durante sua campanha eleitoral em 2023, Trump admitiu que, em seu primeiro mandato, considerou a possibilidade de “tomar” todo o petróleo da Venezuela, que possui as maiores reservas comprovadas do mundo. Desde 2017, o país está sob um embargo econômico imposto pelos Estados Unidos.
Recentemente, a Casa Branca publicou diretrizes para uma nova política de segurança nacional, afirmando que os EUA buscam garantir “proeminência” na América Latina. Especialistas apontam que as ações contra a Venezuela visam à criação de um novo regime em Caracas, que mantém laços próximos com nações adversárias dos Estados Unidos como China, Rússia e Irã.
Agência Brasil
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Venezuela chama de pirataria e roubo a apreensão de petroleiro por EUA
Fonte: Agencia Brasil.
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